segunda-feira, 14 de março de 2016

PAZ!

Senegaleses protestam em Caxias do Sul por justiça e contra a violência.
O ato organizado pelos senegaleses na tarde de sábado (27/02), na Praça Dante Alighieri, para pedir paz e justiça, se estendeu por seis horas e culminou com orações de despedida para Cheikh Tidiane, 28 anos, em ritual de corpo presente em pleno Centro da cidade.
O africano foi assassinado na quinta-feira passada, na localidade de São João da 4ª Légua, em Galópolis. Dois dias depois do crime, cerca de 150 pessoas mobilizaram-se para reclamar da falta de segurança e da impunidade, já que o suspeito da morte de Tidiane pagou fiança e foi solto em poucas horas depois de ter sido capturado.
Em breves discursos sobre o tema, alguns dos presentes questionaram a eficiência das leis, pediram paz para “senegaleses e brasileiros” e até sugeriram que o racismo poderia ter influência na banalização da morte do rapaz.
— Moro em Caxias há um ano e vejo a invisibilidade do negro na comunidade. A questão racial não pode ser descartada nessa morte, porque 77% da juventude que morre no Brasil é negra — afirmou a produtora audiovisual carioca Monique Rocca, 34, entre lágrimas.
O presidente da Associação dos Senegaleses de Caxias, Aboulahat Ndiaye, 24 anos, o Billy, acostumado a receber migrantes, foi obrigado a aprender a fazer o caminho inverso — e, desta vez, o compatriota chegará sem vida a Dakar, capital do Senegal.
— O homem que fez isso matou um ser humano, uma família e um futuro. Tidiane morava aqui há um ano e mandava todo o dinheiro para os familiares, não tinha contas por aqui — disse Billy.
A coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul, Maria do Carmo Gonçalves, disse que o clamor tinha uma função específica: pedir a prisão preventiva do assassino. A religiosa questiona também a legislação brasileira.
— Penso na qualidade da permanência daqueles que estão aqui. É triste constatar que o passaporte foi a certidão de óbito dele. Com isso, morre um pouco a esperança de cada um — declarou.
Depois das falas, parte do grupo ficou entoando canções religiosas, enquanto caminhava em círculos sob a lona que abriga o palco montado na Praça. Alguns entraram em transe e praticamente todos ficaram até a despedida derradeira, que durou apenas 13 minutos — das 21h50min às 22h03min.
O transporte ficou sob responsabilidade de uma funerária de Passo Fundo, que já havia realizado outras operações como essa, e veio a Caxias buscar Cheikh Tidiane no Instituto Médico Legal. Depois de o corpo ter sido recolhido, foi levado à Praça Dante Alighieri. O veículo subiu na calçada em frente à Galeria do Comércio e, por alguns minutos, os compatriotas fizeram preces junto ao caixão alojado na parte de trás da camionete S10, que estava com o porta-malas aberto.
Tríssia Ordovás Sartori
Fonte: http://oestrangeiro.org/2016/02/29/paz/

quarta-feira, 9 de março de 2016

ENCONTRO DA PASTORAL DO MIGRANTE REGIONAL SUL 2 EM APUCARANA-PR

No ultimo sabado e domingo (05 e 06/03) aconteceu mais um Encontro de Formação para agentes da Pastoral do Migrante Regional Sul 2, o encontro aconteceu na paróquia São José em Apucarana, PR.  Numa programação alegre e de muito comprometimento, participaram representantes das dioceses de São José dos Pinhais, Londrina, Apucarana, Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Cascavel,Jacarezinho, Umuarama e Foz do Iguaçu.

O objetivo do encontro foi fortalecer ações integradas e a criação de um espaço para a pastoral em todas as dioceses.
 Ildo Perondi, Frei Capuchinho da Arquidiocese de Londrina, como assessor proferiu a palestra com o tema “Ecumenismo e diálogo inter-religioso” apresentando a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. Contextualizou que, como igrejas, podemos compartilhar dons e recursos;  temos o desafio de construir uma casa comum justa, sustentável e habitável para todos os seres vivos.
Foi feito o Resgate Histórico da Pastoral do Migrante do Paraná com Pistas de atuação e ação, qual o chão pastoral, Onde ela está inserida e qual a prática pastoral.  Utilizado o subsidio “Algumas Orientações para a Ação Pastoral junto aos Migrantes” elaborado por Pe. Alfredo Gonçalvez e Ir. Rosita Milesi. O texto  apresenta  acolhida;   A origem e destino;  Locais de atendimento, orientação e informação;  EncontroLuta pelos Direitos;  Respeito e valorização da história e da cultura;  Atuação por Políticas Públicas;  Formação Permanente;  Espiritualidade do povo a caminho;  O agente da Pastoral do Migrante;  Princípios Fundamentais para uma Pastoral das Migrações.
 Como encaminhamentos e ações, foi criado um Grupo de Trabalho - GT de Comunicação da Pastoral do Migrante. Promover/estimular ao menos uma ação especifica nas Dioceses na Semana do Migrante, e também nas dioceses que ainda não tem a Pastoral do Migrante organizada.  A coordenação regional da pastoral do migrante fará visitas, para estimular e promover a criação da mesma nas dioceses onde não há ainda.
O encontro foi determinante para conhecer as ações que estão sendo realizadas no interior do Estado, trocar experiências e estabelecer ações integradas. 
Fonte: Lucia Bamberg