quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sem avisar, Acre envia quatro ônibus com haitianos ao RS

Convênio prevê que, no total, oito viagens sejam feitas até Porto Alegre com imigrantes que entraram no Brasil pela Brasileia

26/11/2014 | 20h34
Sem avisar, Acre envia quatro ônibus com haitianos ao RS Luciano Pontes/Secom/Agência de Notícias do Acre/Divulgação
Chegada de haitianos ao abrigo em Rio BrancoFoto: Luciano Pontes/Secom/Agência de Notícias do Acre / Divulgação
O governo do Acre enviou quatro ônibus com haitianos para o território gaúcho. É a primeira vez que Porto Alegre recebe imigrantes a partir de viagens fretadas pelo poder público. O governo gaúcho alegou não ter sido informado previamente da chegada dos caribenhos.

No total, deverão ser oito viagens para a capital gaúcha (passando antes por Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Curitiba e Florianópolis, onde parte dos haitianos é deixada) e outras 16 viagens até São Paulo. O investimento, fruto de um convênio entre o governo acreano e a União, é dequase R$ 1,2 milhão. Pelo contrato, a empresa vencedora deve oferecer ônibus com ar condicionado, poltronas reclináveis e cortinas, além de alimentação aos passageiros.
Os migrantes caribenhos ingressaram ilegalmente no Brasil e estavam num abrigo em Brasileia (AC). Não houve comunicação oficial ao governo do RS a respeito, enquanto era feito o encaminhamento. Só depois de uma semana de insistência é que a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) confirmou a chegada dos estrangeiros.
— Nós estamos preparados para recebê-los da forma que vierem, mas gostaríamos de ter sido avisados ao menos do local e da data — afirma o assessor Internacional do governo gaúcho, Fábio Balestro Floriano, que também faz parte do Comitê de Abrigo a Migrantes e Refugiados (Comirat), criado em 2012 para cuidar da onda de migração.
O secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, afirma que foi enviada uma notificação ao governo gaúcho, mas não soube dar detalhes do local e do horário de chegada dos imigrantes. Para ele, o governo acreano está cumprindo o seu papel de receber e encaminhar os estrangeiros.
— O Acre é só uma porta de entrada. Eles não vêm para o Brasil para ficar no Acre, todos sabemos disso. A maioria quer ir para o Sul, onde tem grandes obras e indústrias. Mas já que eles chegam por aqui, nós damos toda a assistência necessária, desde atendimento de saúde, três refeições por dia, abrigo e encaminhamento de documentação — reforça Mourão.
Ele acrescenta que o fretamento de ônibus para levar imigrantes é feito há cerca de um ano e meio, mas que mais de 29 mil já passaram pelo Acre desde o final de 2010.
— Como eles chegam, nós criamos condições para eles seguirem viagem, encontrar seus familiares que já estão aqui e ocupar a vaga de emprego que é o que mais desejam — conclui o secretário acreano.
A possível chegada dos novos haitianos gerou preocupação nos governos estadual e municipal. Nesta terça-feira, foi feita reunião, em caráter de urgência, entre integrantes da Secretaria do Desenvolvimento Social, FGTAS e Secretaria Municipal de Direitos Humanos para pensar estratégias de acolhimento. Não há vagas nos abrigos municipais de Porto Alegre, mas a ideia é solicitar ajuda a alguma escola.
O dilema é que os haitianos chegam sem emprego, dizem as autoridades gaúchas.
— Eles têm carteira de trabalho, permissão do governo federal para trabalhar, mas não vieram com serviço acertado. Foram mandados para cá e cabe a nós tentar ajudar — desabafa Débora Silva, integrante do Comirat.
A vinda dos haitianos gerou uma "saia justa" entre autoridades gaúchas e acreanas. Ouvido por ZH, um especialista em migrações - que costuma buscar abrigo para os estrangeiros - sintetiza o sentimento que tomou conta dos responsáveis por acolhimentos em Porto Alegre.
— O governo do Acre segue repetindo o que fez com São Paulo em abril: lota ônibus e envia sem aviso ou acordo prévio. Os haitianos têm o direito de sair de lá em busca de uma vida digna, mas eles precisam ser recebidos com dignidade aqui e, se soubéssemos com antecedência, poderíamos unir esforços para a acolhida.

"Trata-se de um despejo"
No total, serão 24 veículos fretados. O valor final do contrato entre as empresas de ônibus e o governo acreano é de é de R$ 1.153.107,20.
Uma das maiores especialistas em migrações clandestinas para o Brasil, a professora acreana Letícia Mamed, ligada à Unicamp, define com palavras duras que está acontecendo.
— Desde abril o governo do Acre manda ônibus lotados de haitianos para o Sudeste. Agora chegou a vez do Sul. Eles chamam de "transporte de migrantes", mas trata-se de um despejo.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/11/sem-avisar-acre-envia-quatro-onibus-com-haitianos-ao-rs-4651306.html?utm_source=Redes%20Sociais&utm_medium=Hootsuite&utm_campaign=Hootsuite

quarta-feira, 26 de novembro de 2014



Enviados pelo governo do Acre, haitianos chegam em Porto Alegre a partir desta quarta

Haitianos recebem os primeiros atendimentos quando chegam ao estado do Acre. Na foto, um centro de acolhimento na cidade acreana de Brasileia | Foto: Alex Oliveira
Haitianos recebem os primeiros atendimentos quando chegam ao estado do Acre. Na foto, um centro de acolhimento na cidade acreana de Brasileia | Foto: Alex Oliveira
Samir Oliveira
O governo do Acre despachou no último final de semana quatro ônibus lotados com imigrantes do Haiti para Porto Alegre. O primeiro ônibus saiu do estado no dia 21 e chegará à Capital gaúcha na noite desta quarta-feira (26).
O próprio governo gaúcho foi pego de surpresa e acabou sendo avisado pela imprensa na semana passada que os imigrantes estavam sendo mandados para Porto Alegre. Integrante da Assessoria de Cooperação e Relações Interacionais do governo gaúcho, Fábio Balestro trabalha no gabinete do governador Tarso Genro (PT) e está monitorando a situação.
Ele informa que existe um organismo formado pelo poder público e por organizações da sociedade civil que já está mobilizado para atender os haitianos: o Comitê Estadual de Atenção a Migrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas do Tráfico de Pessoas (Comirat).
Haitianos no alojamento da empresa, em Gravataí. Foto: Imagem do projeto fotográfico 'Viv Ansanm', de Claudio Bochese.
Foto: Imagem do projeto fotográfico ‘Viv Ansanm’, de Claudio Bochese, de haitianos que vieram para Gravataí.
“Ficamos sabendo da vinda destes haitianos pela mídia e desde sexta-feira passada estamos em contato com o Acre para obter informações. O governo do Acre nos passou apenas informações imprecisas, até agora não sabemos quantas pessoas vêm e quando elas chegam”, explica Fábio. Ele acrescenta que o governo acreano confirmou ter despachado quatro ônibus com imigrantes haitianos para Porto Alegre. Os ônibus saíram nos dias 21, 22, 23 e 24 de novembro e devem chegar à cidade na noite desta quarta, quinta, sexta-feira e sábado, respectivamente.
O governo do Acre contratou a empresa Eucatur para transportar os haitianos. O Palácio Piratini está em contato com os responsáveis pela empresa, na tentativa de localizar o motorista que está dirigindo o ônibus que chegará à Capital na noite desta quarta-feira (26) para saber o horário e o local da chegada.
Fábio Balestro salienta que o governo gaúcho – em conjunto com organizações da sociedade civil, como o Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência ao Migrante (Cibai) – pretende fazer todo o atendimento inicial aos haitianos, verificando se todos possuem documentação, lugar para ficar e possibilidades de trabalho. O governo e as entidades tentarão resolver os casos de pessoas sem documentos e sem estadia encaminhados. Além do gabinete do governador, estão mobilizados as Secretarias Estaduais de Justiça e Direitos Humanos e do Trabalho, a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, a Defensoria Pública da União e a Secretaria de Direitos Humanos de Porto Alegre.
Secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão não soube precisar quantos ônibus ou quantos imigrantes estariam se dirigindo a Porto Alegre. Ele informa que foram os próprios haitianos que decidiram vir para a cidade, já que muitos possuem parentes ou amigos que já estão no Rio Grande do Sul.
O Haiti (não) é aqui, trabalho do fotógrafo Alex Oliveira em Brasileia - AC
Mais de 28 mil haitianos já passaram pelo Acre, de acordo com secretário de Direitos Humanos Nilson Mourão | Foto: Alex Oliveira
O secretário afirma que os ônibus foram pagos pelo governo do Acre e pelo governo federal e ressalta que todo o processo foi acompanhado por autoridades federais que tratam da questão. De acordo com ele, em negociação com os haitianos, o Acre elaborou uma rota terrestre que percorre os três estados da Região Sul, então muitos imigrantes ficam em outras cidades no Paraná e em Santa Catarina.
“Esse ônibus finaliza sua viagem em Porto Alegre, mas vai parando ao longo do trajeto. A Região Sul é a que mais recebe imigrantes nos últimos três anos”, diz Mourão. O secretário informa que mais de 28 mil haitianos já passaram pelo Acre e que, por uma decisão política do governo estadual e do Palácio do Planalto, todos serão encaminhados aos destinos que escolherem dentro do território brasileiro. “Essa é uma decisão política: os que chegarem aqui e tiverem que ir para seus destinos serão embarcados”, diz.
Nilson Mourão garante que os imigrantes que chegarão em Porto Alegre já possuem lugar para ficar e estão documentados. “Eles já seguem todos documentados, salvo um ou outro caso. Eles vão ao encontro dos parentes em diferentes cidades do Rio Grande”, informa.
Questionado sobre o fato de não ter havido um diálogo do governo do Acre com o governo gaúcho, o secretário afirma que “não é de hoje que isso está acontecendo”. “Já faz anos que os imigrantes seguem com esse destino. Entendemos que temos que facilitar a vida deles, nossa ação é conduzi-los ao destino que desejam. Se o governo gaúcho quiser saber para onde eles estão indo, é só ver onde estão seus parentes”, comenta.
Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/enviados-pelo-governo-do-acre-haitianos-chegam-em-porto-alegre-a-partir-desta-quarta/

O PARANÁ QUER REFUGIADOS

“Os refugiados chegam com grande bagagem de experiência e diversidade cultural, o que trará efeitos positivos ao mercado de trabalho local”.
O Ministério da Justiça e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) criaram, em parceria, o projeto Mobilidade Regional e Inserção Socioeconômica de Refugiados.
Assinado nesta segunda-feira (24/11), em Curitiba (PR), ele visa facilitar a migração de refugiados colombianos que se encontram atualmente no Equador e buscam melhores possibilidades de reconstruir suas vidas no Brasil.
A ação será desenvolvida por meio do projeto-piloto e pioneiro chamado Mobilidade Regional e Inserção Socioeconômica de Refugiados, proposto pelo Ministério da Justiça e Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil.
O Paraná foi escolhido para iniciar o projeto por ser um dos poucos estados brasileiros a implantar um Comitê Estadual para Refugiados e Migrantes – o CERM. Além disso, é também um dos poucos estados que finalizam um Plano Estadual de Políticas Públicas para Migrantes, Refugiados e Apátridas e que apresenta um dos maiores índices de empregabilidade do país.
Estatísticas oficiais mostram que existem no Brasil cerca de 7 mil refugiados de 80 nacionalidades diferentes. O Equador, com um território 33 vezes menor, por sua vez, é o país da América Latina que possui o maior número de refugiados – 56 mil, dos quais 98% são colombianos.
A ideia do projeto é oferecer uma alternativa para ampliar as perspectivas de integração local como uma solução duradoura aos refugiados que, apesar de não se encontrarem em situação de vulnerabilidade prolongada, segundo a Acnur, ainda buscam autossuficiência e estariam aptos a trabalhar logo após sua chegada ao Brasil.
Para facilitar a integração local e a inserção no mercado laboral, os refugiados participantes do projeto terão acesso a aulas de Língua Portuguesa ainda no Equador. No Paraná, será formada uma rede, composta por instituições dos setores público, privado, universidades e sociedade civil, que trabalhará em conjunto para criar condições de integrar cerca de 200 refugiados colombianos até meados de 2016.
Além de promover a inclusão no mercado de trabalho, as instituições envolvidas também viabilizarão programas de qualificação social e profissional, prevenindo e combatendo exploração e violação dos direitos trabalhistas dos refugiados.
Será formada uma rede, composta por instituições dos setores público, privado, universidades e sociedade civil, que trabalhará em conjunto para criar condições de integrar cerca de 200 refugiados colombianos até meados de 2016.
“Esse é um gesto humanitário do Governo do Paraná e estamos à disposição para que o projeto seja bem sucedido”, disse o secretário do Trabalho, Amin Hannouche. “Veremos a qualificação de cada um e, num segundo momento, o que podemos fazer para qualificá-los melhor ainda para que possam ocupar outras funções onde existam demandas que os paranaenses não tenham interesse”, ressaltou Hannouche.
O represante do Acnur no Brasil, André Ramirez, disse que a parceria com o Paraná tem em vista as oportunidades no Estado e a existência de um Comitê Estadual atuante na área de refugiado. “Os refugiados chegam ao país com uma grande bagagem de experiência e diversidade cultural, o que trará efeitos positivos ao mercado de trabalho local”, disse ele.

Fonte: http://oestrangeiro.org/2014/11/26/o-parana-quer-refugiados/

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Homem é preso por manter índios em situação análoga à escravidão em Guaíra - PR


Veja reportagem em:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/homem-e-preso-por-manter-indios-em-situacao-analoga-a-escravidao-em-guaira/3774319/



Homem é preso em Curitiba acusado de aplicar golpes em haitianos.


Veja reportagem em:


http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/homem-e-preso-acusado-de-aplicar-golpes-em-haitianos/3778162/

sexta-feira, 7 de novembro de 2014


Imigrantes Haitianos e Senegaleses recebem aulas gratuitas de português em Rio Grande, RS


Acompanhe:
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do-almoco/videos/t/edicoes/v/imigrantes-haitianos-e-senegaleses-recebem-aulas-gratuitas-de-portugues-em-rio-grande-rs/3741615/
DIOCESE E UNIVERSIDADE NO MUNICIPIO DE NOVA ERECHIM PARTICIPAM DE ESTUDO SOBRE MIGRAÇÕES
Na manhã desta quinta-feira (06) o padre Carlista João Marcos Cimadon, de Porto Alegre (RS), esteve em Chapecó para socializar estudos realizados na área das migrações. Os padres carlistas tem como carisma o trabalho com migrantes e recebem formação, sobretudo, voltada para esta área. Atualmente eles estão presentes em cerca de 30 países, entre eles o Brasil.
Na conversa João socializou a forma de organização da rede de apoio aos migrantes no Rio Grande do Sul e a articulação realizada em nível nacional.
Logo na introdução do Livro "Os novos rostos da imigração no Brasil - Haitianos no Rio Grande do Sul", destaca-se a mudança de cenário e nomenclatura dos países que antes se caracterizavam por apenas receber migrantes ou "exportá-los": "[...] Somos hoje um país de imigração, emigração, trânsito e de retorno de brasileiros que voltam depois de longos anos no exterior." (p. 07)
Participaram da formação representantes da Universidade Federal da Fronteira Sul e da Diocese de Chapecó que estudam o tema.