segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Regional Sul- SPM - está solidario a dor das famílias gaúchas...



dom Hélio Adelar Rupert, arcebispo de Santa Maria (RS)
O cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB), se une ao arcebispo de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rupert, que manifestou nesta manhã solidariedade às famílias das vítimas de um incêndio em uma casa noturna da cidade.
“Como Igreja de Santa Maria lastimamos este acidente e manifestamos a nossa solidariedade às famílias e a toda a sociedade. Não se perca a esperança: olhemos para Jesus Cristo, fonte da vida, o nosso Salvador. Oramos pelos falecidos e seus familiares e toda a sociedade que sofre esta tragédia”, afirmou dom Hélio.
O incêndio, ocorrido durante a madrugada deste domingo, 27 de janeiro, provocou a morte de 180 pessoas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Porém o número total de vítimas ainda é incerto. Há centenas de feridos sendo atendidos em hospitais da cidade, e uma campanha pede doações de sangue. Entre as vítimas estão muitos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.

Todo o estado de luto.
A Igreja no Rio Grande do Sul se solidariza com os amigos e familiares dos mais de 240 jovens mortos no incêndio de uma boate em Santa Maria, ocorrido na madrugada deste domingo, dia 27 de janeiro. A Arquidiocese de Santa Maria presta sua solidariedade durante todo o dia. Em todas as paróquias, a missa das 10h foi destinada aos falecidos. Às 18h, o Santuário de Medianeira realizará uma Celebração Eucarística em sufrágio das almas dos jovens mortos. No início desta tarde, jovens católicos farão uma vigília de oração no ginásio para onde os corpos foram levados, e onde, a princípio, acontecerá o velório coletivo.
Rezemos solidários!
Equipe Eaí?Tchê/Serviço de Evangelização da CNBB Regional Sul 3

Fonte: http://blog.opovo.com.br


Tristeza e dor em Santa Maria- RS

Reitor da Unilab lança nota de solidariedade pela tragédia 


O reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Paulo Speller, lançou uma nota de pesar às famílias das vítimas do incêndio em uma boate do município gaúcho de Santa Maria na madrugada deste domingo (27). Segundo o governo do Rio Grande do Sul, 233 pessoas morreram e 116 ficaram feridas na tragédia. Elas participavam da festa “Agromerados”, que reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Técnico em Alimentos e Técnico em Agronegócio. Uma nota, divulgada às 21h01 (horário de Brasília) deste domingo (27) no portal da UFSM, confirmou que pelo menos 101 vítimas fatais da tragédia eram estudantes da universidade.
Na mensagem enviada ao reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Felipe Martins Muller, Paulo Speller apresenta a “mais irrestrita solidariedade” dos estudantes e servidores da Unilab à comunidade da universidade gaúcha. Leia, abaixo, o texto na íntegra:
“Meu caro reitor Felipe Martins Muller!
 Quero apresentar a si e a toda a comunidade da Universidade Federal de Santa Maria a nossa mais irrestrita solidariedade em face da tragédia que levou abruptamente a vida de mais de 200 pessoas na cidade de Santa Maria, boa parte deles estudantes e pessoas vinculadas à UFSM. Nossos estudantes e servidores estão todos solidários à dor que vos assola e que afeta sobretudo as famílias e amigos das vítimas. Conte conosco neste momento tão difícil para todos.
Com o meu forte abraço, Paulo Speller”
UFSM
A reitoria da Universidade Federal de Santa Maria suspendeu as atividades da instituição por três dias letivos (28, 29 e 30 de janeiro) e lançou uma nota oficial na tarde deste domingo. Leia o texto na íntegra:
 ”Consternados pela tragédia que se abateu sobre nossos jovens, a Reitoria, em nome de toda a comunidade acadêmica da UFSM, torna pública a sua profunda tristeza, solidarizando-se com os familiares das vítimas neste momento de dor. Sentimos muito que, em meio a um momento de festa, a tranquilidade de pais, irmãos e amigos seja interrompida pela notícia de uma fatalidade dessa dimensão.
Desde os primeiros momentos, temos colocado à disposição das famílias os recursos de que dispomos, tanto junto ao Hospital Universitário, quanto através de meios para transporte, comunicação, pessoal da área de assistência social, atendimento psicológico e espaço físico da nossa Instituição. Reafirmamos nossa disposição em auxiliar os familiares no que estiver ao alcance de nossa estrutura, ao longo do tempo que for necessário para amparar os que são vítimas de danos irreparáveis.
Felipe Martins Müller, reitor da UFSM; e Dalvan José Reinert, vice-reitor”
A Tragédia
O incêndio que vitimou pelo menos 233 pessoas e deixou outras 116 feridas foi registrado no interior da boate Kiss, em Santa Maria (RS). Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, as chamas teriam começado por volta ds 2h da madrugada deste domingo (27). A tragédia teria sido provocada pelo lançamento de um sinalizador feito por um dos integrantes da banda que se apresentava no local. Faíscas teriam atingido o teto da boate e incendiado a espuma de isolamento acústico. O grupo, segundo testemunhas, já tinha hábito de fazer show pirotécnico durante os shows. Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e 2.000 pessoas deveriam estar no local durante o incidente, e a maioria era adolescente.
Em entrevista à rádio Gaúcha, o delegado Sandro Luís Meinerz, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, disse que, a princípio, as pessoas não morreram queimadas, mas asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local. A boate possui apenas uma saída, o que gerou tumulto na hora da fuga das chamas. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede externa para auxiliar no salvamento.
Fonte:  http://www.unilab.edu.br

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Justiça
Paraná cria o conselho dos povos indígenas e comunidades tradicionais
17/01/2013 17:20


O governador Beto Richa sancionou a lei que cria o Conselho Estadual de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, que passará a funcionar na estrutura da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Segundo a secretária Maria Tereza Uille Gomes, o objetivo é desenvolver um diálogo entre as secretarias e órgãos de Estado com a sociedade civil para construir as políticas públicas voltadas a essas populações.

O governador Beto Richa sancionou a lei que cria o Conselho Estadual de Povos Ind?genas e Comunidades Tradicionais, que passar? a funcionar na estrutura da Secretaria da Justi?a, Cidadania e Direitos Humanos. Foto: Orlando Kissner/ANPrIntegrado por 29 membros, o novo conselho será um órgão colegiado, consultivo, deliberativo e fiscalizador, coordenado pela Secretaria Especial de Relações com a Comunidade. “Entre suas diversas atribuições estão a de propor subsídios para a elaboração de leis e incentivar e apoiar a realização de eventos, estudos e pesquisas de interesse desses povos e comunidades”, explica José Antônio Peres Gediel, coordenador do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria da Justiça, onde o novo conselho ficará administrativamente vinculado.

Para a composição do conselho, são reconhecidos como povos indígenas e comunidades tradicionais, segundo a lei, benzedeiras e benzedores, ciganas e ciganos, cipozeiras e cipozeiros, comunidades de terreiro – religiões de matriz africana, faxinalenses, ilhéus, indígenas, pescadoras e pescadores artesanais e ribeirinhos, quilombolas, entre outros que se autorreconheçam. Esses grupos sociais ocuparão 12 postos titulares. Os quilombolas terão duas vagas. Os indígenas vão dividir outras duas vagas, uma para Guarani e outra para Caingangue. As demais comunidades ocuparão uma vaga cada.

Outras 12 vagas serão ocupadas por representantes das seguintes secretarias: Justiça; Relações com a Comunidade; Segurança Pública; Cultura; Educação; Saúde; Emprego; Trabalho e Economia Solidária; Família e Desenvolvimento Social; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Agricultura e Abastecimento; e Infraestrutura e Logística. As demais cinco vagas serão ocupadas pelo Ministério Público do Paraná, Ministério Público Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

CONSELHOS - Este é o décimo conselho estadual que integra a estrutura administrativa da Secretaria da Justiça. Os conselhos em funcionamento são dos Direitos Humanos (Coped), Direitos do Idoso (Cedi), Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Coede), Defesa do Consumidor (Condef), Mulher (Cemp), Políticas Públicas Sobre Drogas (Conesd), Penitenciário (Copen), Gestor do Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos (CEG/Feid), e Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita/PR).

Também integram a estrutura da Justiça o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçados de Morte (PPCAAM), o Comitê Estadual de Refugiados e Migrantes (CERM), o Comitê de Elaboração do Plano Estadual LGBT, o Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Paraná (NETP/PR) e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná.


Fonte: http://www.aen.pr.gov.br


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013



Refugiados e imigrantes: um desafio humanitário. Entrevista especial com Paulo Welter
Entrevista sexta, 18 de janeiro  de 2013

“O refúgio já é muito antigo e vem acompanhado com sentimento de dor. Pois, quando uma pessoa é forçada a deixar a sua pátria ela carrega consigo o sentimento de dor e o desejo de regressar”, aponta o irmão jesuíta. 


Confira a entrevista. 


“No mundo globalizado jamais será possível entender a existência de pessoas refugiadas. Falta globalizar o ser humano. Mas isso será muito difícil, uma vez que, nesse processo de globalização, faltam valores éticos necessários no relacionamento de respeito entre as pessoas”. A declaração é do missionário e irmão jesuíta,Paulo Welter, que durante seis anos atuou no Serviço Jesuíta aos Refugiados, em Angola. 

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line,Welter relata sua experiência juntos dos refugiados africanos e dos imigrantes haitianos, no Brasil. Após retornar de Angola, o irmão jesuíta participou do projetoPró-Haiti, uma iniciativa dos jesuítas brasileiros para dar apoio aos haitianos que chegam ao país. Ao avaliar essas iniciativas, ele é enfático: “A vida é feita de desafios e buscas de melhores condições para se viver. Para os imigrantes e refugiados, estes desafios sempre são urgentes e quase imediatos, pois a vida está em perigo e precisam encontrar uma solução. As organizações internacionais e nacionais apontam como desafio a possibilidade de proporcionar soluções duradouras e projetos que ofereçam oportunidades aos migrantes e refugiados. Dar comida é algo imediato e, em muitos casos, é disso o que mais necessitam tais pessoas. Mas não se pode dar comida por muito tempo, especialmente quando a demanda é grande. Encontrar atividades e projetos com soluções duradoras é, portanto, o grande desafio”.

Paulo Welter
 é graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, assessor do projeto Pró-Haiti e de 2008 a 2011 foi diretor nacional do Serviço Jesuita aos Refugiados - SJR -, em Angola.

Confira a entrevista. 

IHU On-Line – Como define a questão dos refugiados no mundo?

Paulo Welter 
– Foi a partir do início do século XX que os refugiados no mundo receberam atenção da comunidade internacional e, por questões humanitárias, o mundo inteiro resolveu prestar assistência e proteção. De acordo com a legislação, os refugiados são classificados segundo a sua origem, nacionalidade e ficaram desprovidos de proteção por parte de seu país.

O mundo está cada vez mais globalizado e as pessoas circulam com mais facilidade de um país para outro, ou seja, as fronteiras quase perderam o seu sentido em relação a uma sociedade globalizada e quando pensamos como seres humanos com os mesmos direitos em todo o mundo. Com certeza os refugiados provocam muitas inquietudes diante da legislação em vigor em certos países que se “protegem” impedindo e ou negando a dignidade de vida ao seu irmão e semelhante. Pois estas pessoas apenas têm uma opção: proteger suas vidas em outro país uma vez que o seu não mais garante a mínima proteção e os direitos básicos de vida. Em outras palavras, o refúgio já é muito antigo e vem acompanhado do sentimento de dor. Isso porque, quando uma pessoa é forçada a deixar a sua pátria, ela carrega consigo o sentimento de dor e o desejo de regressar. Muito bem foi definido por Eurípedes, 431 a.C.: “Não tem maior dor no mundo que a perda da sua terra natal”.

IHU On-Line – Quais são as principais causas que fazem as pessoas abandonarem seus países de origem? 

Paulo Welter 
– As principais causas são provenientes quando o Estado não dá ou já não consegue mais dar proteção ao seu povo. Geralmente, originados nos países por conflitos internos, tais como guerra, perseguição política, racial, de gênero, fome e por desastre da natureza.

IHU On-Line – Trata-se de um problema político internacional?

Paulo Welter
 – Nem sempre podemos dizer se tratar de um problema político internacional, pois os países ricos e influentes no mundo restringem a entrada de refugiados e tratam as pessoas como não globalizadas. Eles apenas têm interesse nos lucros e nos negócios internacionais. Normalmente, os países que “produzem” refugiados são proprietários de riquezas naturais, tendo um governo politicamente sem capacidade de gerir suas riquezas, seu povo, além de serem pouco democráticos. Nesse contexto, os países influentes no mundo conseguem dominar e explorar as riquezas dos países subdesenvolvidos ou mesmo miseráveis. A comunidade internacional, através da ONU e de outras organizações, vem há muitos anos desenvolvendo projetos de ajuda humanitária. Graças a Deus que existem tais organizações.

IHU On-Line – É possível estimar a atual população de refugiados no mundo? Em quais países eles mais se concentram?

Paulo Welter
 – Talvez seja necessário fazer uma pesquisa sobre a população atual de refugiados no mundo. África é o continente com mais refugiados e deslocados internos. Depois vem a região da Síria e Ásia.

Normalmente, deslocados internos também são tratados como refugiados, o que eleva este número. No aspecto legal e jurídico, apenas pode ser chamado refugiado aquele que é beneficiário do Estatuto de Refugiado. Isso porque um requerente de asilo é uma pessoa com expectativa de se beneficiar deste documento e, certamente, é o requerente de asilo quem mais sofre. Isso acontece devido ao fato de que ele está chegando a um novo país e lhe falta tudo: alimentação, moradia, dignidade. Necessita se adaptar a uma nova cultura, língua e legislação de outro país, sem acesso à saúde e à educação dos seus filhos. Além do mais, vivendo momentos difíceis de adaptação e muitas vezes sendo vítimas dos abusos e desrespeito da sua dignidade. Em outras palavras, precisa ser um herói para sobreviver.

Uma vez beneficiário do Estatuto de Refugiado, a vida começa a melhorar por serem portadores de documentos, podendo iniciar uma vida nova. Psicologicamente, sentem-se melhores acolhidos e, assim, se integram no país de acolhimento. Contudo, os refugiados historicamente, e ainda hoje, continuam sendo vistos como uma massa sobrante de pessoas em qualquer parte do mundo. É uma verdade e uma realidade que não podemos esconder e sim trabalhar cada vez mais para que todas as classes sociais da sociedade tomem conhecimento, e que um dia um novo horizonte venha a despontar na vida das pessoas refugiadas. Esperamos que um dia tudo isso seja passageiro, mantendo viva sempre a chama do retorno ao seu país, ou então a integração definitiva no país de acolhimento.

IHU On-Line – Como é desenvolvido o Serviço Jesuíta aos Refugiados no mundo?

Paulo Welter
 – O Serviço Jesuíta aos Refugiados – (JRS, a sigla em inglês) é desenvolvido através de seu Escritório Internacional com sede em Roma, e mais 10 Escritórios Regionais (África = 5; Ásia = 2; Europa = 1; América = 2) e com Escritórios Nacionais em 50 países.

JRS foi fundado em novembro de 1980 pelo superior Geral dos Jesuítas, Pe. Pedro Arrupe, como sendo uma organização internacional da Igreja Católica. Tem como missão acompanhar, servir e defender as pessoas deslocadas internamente, em particular os refugiados. Segue os princípios da missão dos jesuítas no mundo de promover a justiça, o diálogo com outras culturas e religiões.

IHU On-Line – Qual o papel das Igrejas para com os refugiados, repatriados e deslocados?

Paulo Welter
 – As Igrejas vêm, ao longo de muitos anos, auxiliando no acolhimento dos refugiados e imigrantes, pois uma das maiores dificuldades que estas pessoas enfrentam é o acolhimento, e, logo em seguida, dificuldades de fazer os encaminhamentos junto às autoridades do governo para conseguir seus documentos. Devido ao medo e à insegurança, sem conhecer primeiramente ninguém, são nas Igrejas que tais pesssoas estabelecem o primeiro vínculo de confiança.

Em suas trajetórias de fuga, alguns chegaram ao seu destino e encontram em Deus a força e a segurança para continuar acreditar em dias melhores. Por mais que alguém se diga ateu, na hora do perigo, se lembra de um ser superior chamado Deus. Também as Igrejas dão muita credibilidade, e com mais facilidade é possível promover campanhas de ajuda. As Igrejas têm boas lideranças que se colocam à disposição para ajudar nos serviços de acolhimento. Por parte do governo, esse processo sempre é mais demorado, e são as Igrejas que iniciam e promovem a rede de solidariedade.

IHU On-Line – Como o tema é abordado pela comunidade internacional? Em que países a situação dos refugiados é mais complicada?

Paulo Welter
 – A comunidade internacional, através da ONU e especialmente pelo Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR, trata estes temas com muita seriedade, pois afetam a segurança mundial. Ela procura manter o controle sobre as crises humanitárias no mundo.

Os países mais complicados no momento me parecem ser os do Oriente Médio, como a Síria, e na África, o leste da República Democrática do Congo, na região do Kivu Norte. 

IHU On-Line – Como podemos perceber o “rótulo” de refugiado em tempos de globalização?

Paulo Welter
 – No mundo globalizado jamais será possível entender a existência de pessoas refugiadas. Falta globalizar o ser humano. Mas isso será muito difícil, uma vez que, nesse processo de globalização, faltam valores éticos necessários no relacionamento de respeito entre as pessoas. Parece-me ser muito difícil a globalização sem valores humanos e sem união entre as pessoas. Assim sendo, o “rótulo” continuará nas pessoas refugiadas, muitas vezes vistas e reconhecidas como sem valor, como a massa sobrante da sociedade. Devemos nos preocupar em mudar este tratamento e proporcionar aos refugiados dignidade como pessoas com valores. Certamente eles têm muito para contribuir com seus conhecimentos e cultura no país de acolhida. Tudo isso é um processo que deverá constantemente ser tratado por parte das autoridades, agentes e pessoas que se dedicam à causa dos refugiados no sentido de fazer com que a sociedade mude o seu procedimento ou o comportamento em relação aos refugiados, atribuindo-lhes valores. Se um dia isso acontecer, poderíamos dizer que a humanidade e os povos estão globalizados.

IHU On-Line – Como foi sua experiência no Serviço Jesuíta aos Refugiados em Angola?

Paulo Welter
 – O trabalho em Angola e com o JRS foi muito marcante na minha vida; com ele aprendi a ser mais solidário e a partilhar a vida. Encontrei pessoas boas, próximas e amigas. Sempre fui bem tratado por todos e pelas autoridades do governo de Angola. Em poucas palavras, posso afirmar que foram seis anos especiais em minha. Conheci um pouco do continente africano, sua cultura e seu povo. Guardo com muito carinho todas as pessoas com quem partilhei a vida. Apenas sei que Angola e África marcaram a minha vida e sou grato por esta oportunidade que tive.

IHU On-Line – Qual a atual situação dos refugiados na Angola?

Paulo Welter
 – Angola tem uma história muito interessante em relação aos refugiados. Em primeiro lugar, mesmo durante os anos de guerra civil, proporcionou acolhimento e refúgio para inúmeros africanos de outros países, como do Congo, Ruanda, Costa do Marfim, Serra Leoa e outros.

Outro fator positivo é que em Angola os refugiados não foram colocados em campos de refugiados, e sim foram integrados na sociedade angolana. Em alguns casos foram criadas comunidades de refugiados, mas livres e abertas, sem controle, o que ocorre nos campos de refugiados. Isso dá mais dignidade a eles e ajuda na integração no novo país.

Brasil e Angola


Com a vinda da paz definitiva em 2002, Angola está avançado muito na questão de legislação e documentação para os refugiados, buscando integrar os que escolhem seu território como local para refúgio. Ele tem proporcionado acesso à saúde, à escola, à documentação. Dentro das suas possibilidades, oferece vida digna. Em Angola a língua oficial é o português e seu povo pode ser considerado “primo” dos brasileiros. Brasil e Angola mantêm constante troca de experiências sobre como melhorar a legislação e o tratamento dos refugiados. Ele é um exemplo para muitos países africanos referente ao acolhimento e refúgio, e vem se destacando como um país de refência em relaçãos aos refugiados no continente africano.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados – JRS continua a sua missão em Angola e oferece diversas atividades de formação, educação, microcrédito, atividades contra a violência, assessoria jurídica etc. Todas elas são desenvolvidas em parceria com o ACNUR, com outras ONGs e com o governo local. O JRS é considerado uma referência muito importante para os requerentes de asilo, refugiados e autoridades.

IHU On-Line – Com seu retorno ao Brasil, como surgiu a ideia de criar o Projeto Pró-Haiti?

Paulo Welter
 – A criação do Projeto Pró-Haiti surgiu a partir do grande número de imigrantes haitianos que vinha chegado a cada semana de Tabatinga para Manaus, na Igreja São Geraldo. Esta migração se deu logo após o terremoto em 2010, e a Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus, sob a coordenação das irmãs scalabrinianas e dos padres scalabrinianos da Igreja São Geraldo – auxiliados por outras congregações religiosas e o povo amazonense –, prestou os primeiros atendimentos de acolhimento, o que incluía principalmente alimentação e moradia. Quero ressaltar o importante trabalho das autoridades do governo que proporcionaram a documentação, como o CPF e a Carteira de Trabalho. Destacaram-se a Polícia Federal e o Ministério do Trabalho. Logo que os haitianos tinham sua documentação, muitas empresas contrataram de imediato esta mão de obra, principalmente na construção civil na cidade de Manaus. Em seguida despertou o interesse de muitos empregadores de São Paulo e do sul do Brasil, que contrataram trabalhadores haitianos.

Pró-Haiti


Como a demanda era muito grande e a Igreja São Geraldo não conseguia vencer todos os atendimentos, os jesuítas resolveram somar forças e criaram o projeto Pró-Haiti em fevereiro de 2012. Até esta data os jesuítas na região amazônica não tinham quase nenhuma participação concreta. Eu pessoalmente participava das reuniões da Pastoral do Migrante e pouco poderia fazer de concreto por parte dos jesuítas, uma vez que falta definir o que e como integraríamos a “rede de solidariedade em favor dos imigrantes haitianos” na região amazônica e Brasil.

Após uma reunião, ficou estabelecido que o Pró Haiti auxiliaria não no acolhimento, mas sim na área profissional e no encaminhamento da documentação junto às autoridades, oferecendo aulas de português, assessoria jurídica, artesanato, banda de música, tradução de crioulo para português. Este último era particularmente necessário porque poucos haitianos falavam ou entendiam português.

Portanto, foi assim que surgiu o projeto Pró Haiti: para somar forças e prestar um trabalho profissional e específico. A equipe é integrada com pessoas qualificadas em atender às necessidades dos haitianos, e se tornou um espaço de encontro e partilha dos seus sofrimentos e anseios de vencer na vida. 

IHU On-Line – Como tem sido a aceitação do projeto por parte da Igreja e que tipo de apoio tem recebido dela?

Paulo Welter 
– O projeto Pró-Haiti, por parte da Igreja Católica e outras Igrejas, foi e continua sendo um projeto de respeito por conduzir de forma profissional, ética e transparente as suas atividades e missão. Para isso, é fundamental ter uma equipe com a devida qualificação e que faça o trabalho com amor e compaixão, ou seja, sempre se colocando nos sapatos do haitiano que está longe de sua terra natal e necessita de pessoas que realmente orientem de acordo com a legislação brasileira. A Igreja Católica, através da Caritas, dos scalabrinianos, dos capuchinhos e de outras congregações de freiras, demostrou o melhor carinho por este projeto.

A Igreja de Manaus proporciou apoio financeiro através da Caritas Diocesana e dos jesuítas do sul do Brasil. O superior geral dos Jesuítas, sediado em Roma, também proporcionou ajuda financeira. Igualmente recebemos mais apoio de um doador espontâneo, de São Paulo, e um de um grupo de italianos, que fizeram campanhas de roupas e enviaram alguns valores.

IHU On-Line – Qual o significado desse trabalho para os imigrantes, que muitas vezes chegam aqui no Brasil sem perspectivas e sofrem muita discriminação?

Paulo Welter 
– Esta pergunta deveria ser respondida por algum haitiano. Mas sei o que os haitianos partilharam noEscritório do Pró-Haiti. Vinham e agradeciam pela assistência recebida e afirmaram inúmeras vezes que não saberiam como seria a vida deles se não tivessem recebido o apoio jurídico e o auxílio para o encaminhamento de seus documentos. O Pró-Haiti se tornou um segundo lar para eles. Um lugar para partilhar a vida e resolver os problemas de forma profissional nas mais diversas áreas. Encontram sempre no Pró-Haiti um ombro amigo e seguro.

IHU On-Line – Três anos depois do terremoto que atingiu o Haiti, como o senhor vê a postura do Brasil em relação aos imigrantes?

Paulo Welter
 – O Brasil, como mais alguns países, tem uma postura positiva e inovadora em relação aos imigrantes haitianos, vítimas do terremoto. O Brasil foi obrigado a atender uma demanda de imigrantes haitianos sem a devida legislação. Os haitianos simplesmente resolveram migrar para Brasil de diversas formas, em busca de melhores condições de vida. Tabantinga Manaus foram as cidades que mais receberam haitianos no país, seguidas de Brasileia, no Acre.

O Ministério da Justiça, através do Conare, da Polícia Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego, encontrou uma solução importante no sentido de proporcionar a documentação necessária para que os haitianos vivessem e trabalhassem legalmente no Brasil; isso se deu mediante o visto humanitário. Está decisão possibilitou a contratação de muitos imigrantes, gerando oportunidade para eles e para as empresas. 

IHU On-Line – O senhor trabalhou com os haitianos que chegaram ao país nos últimos dois anos, através do projeto Pró-Haiti. Como ocorreu o ingresso deles no Brasil e o que relatam sobre a atual situação do seu país de origem?

Paulo Welter
 – Inicialmente, o ingresso dos imigrantes haitianos no Brasil foi quase todo feito de forma ilegal. Mas eles se apresentaram às autoridades solicitando o refúgio. Num primeiro momento, as autoridades brasileiras não estavam preparadas e tampouco havia uma legislação que orientasse a Polícia Federal como proceder. A grande dúvida era se classificavam os haitianos como refugiados ou imigrantes. 

Em janeiro de 2012, o Ministério da Justiça resolveu legalizar todos os haitianos que estavam no Brasil, na intenção de impedir o tráfico de pessoas através de redes organizadas internacionalmente. Mesmo assim, continuaram entrando haitianos em Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. O Brasil novamente cedeu, em virtude da ajuda humanitária, e legalizou estes imigrantes haitianos. Os vistos aos haitianos que desejam migrar para o Brasil são concedidos somente pela Embaixada do Brasil no Haiti, com um limite de 100 vistos por mês. No momento, esta regra também já não é mais considerada, e os vistos podem ser superiores a 100 por mês e tais adaptações se fazem necessários na legislação.

IHU On-Line – Muitos haitianos, após chegarem ao Amazonas e Acre, imigraram para outros estados, entre eles o Rio Grande do Sul. Qual a situação deles no estado e em que regiões estão localizados?

Paulo Welter 
– Os haitianos, após terem sua documentação para trabalhar, migraram para outras regiões do Brasil. Entre estas se destacam São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, podemos encontrar haitianos quase em todas as cidades, graças à divulgação dos meios de comunicação, que despertaram a sensibilidade e o interesse de empresas do sul. No estado, os haitianos moram em Estrela, Lajeado, Encantado, Marau, Paraí. Há um bom número de imigrantes trabalhando em diversas outras cidades da serra gaúcha, como também em Sarandi, Igrejinha e Gravataí. É importante destacar ainda que o Rio Grande do Sul deu um passo importante através do governo, no sentido de criar o Fórum Permanente no final do ano de 2012, que envolve a sociedade civil e o governo.

IHU On-Line – Quais os desafios para pensar a questão dos imigrantes e dos refugiados nos dias de hoje?

Paulo Welter
 – A vida é feita de desafios e buscas de melhores condições para se viver. Para os imigrantes e refugiados estes desafios sempre são urgentes e quase imediatos, pois a vida está em perigo e precisam encontrar uma solução. As organizações internacionais e nacionais apontam como desafio a possibilidade de proporcionar soluções duradouras e projetos que ofereçam oportunidades aos migrantes e refugiados. Dar comida é algo imediato e, em muitos casos, é disso o que mais necessitam tais pessoas. Mas não se pode dar comida por muito tempo, especialmente quando a demanda é grande. Encontrar atividades e projetos com soluções duradoras é, portanto, o grande desafio.

IHU On-Line – Qual a relação entre direitos humanos e refugiados? O que diz a legislação internacional para com as populações de refugiados e repatriados?

Paulo Welter 
– Os direitos humanos e refugiados têm uma relação muito próxima, pois a vida de seres humanos, no caso os refugiados, tem seus princípios fundamentais violados ou ameaçados.

A legislação internacional é clara em relação aos refugiados e repatriados. Podemos afirmar que ela foi bem elaborada. Porém, difícil é cumprir esta legislação. Sempre se depende de muitos outros fatores não previstos nela, tais como o afeto à sua família e à pátria, imprevistos e novos conflitos, a questão financeira, o acesso à terra, ao trabalho, à documentação etc. Por isso os envolvidos que trabalham diretamente com uma população refugiada precisam ter qualificação para trabalhar de maneira criativa, atendendo às necessidades dos refugiados e repatriados. 

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Paulo Welter
 – Com o expressivo número de haitianos no sul do Brasil, e a necessidade constante de renovação de seus passaportes, eles precisam de orientações concretas sobre encaminhamentos de documentos via consulado e ou Embaixada. É preciso defender seus direitos e proporcionar uma vida mais digna e segura. 

Na cidade de Feliz foi atropelado um haitiano que morreu na hora ao ser atingido por um motorista brasileiro bêbado. Ele foi enterrado em Feliz, mas quem acompanha seus dois filhos no Haiti e o processo de crime no Brasil? Como fica tudo isso? A maioria dos haitianos homens que está no Brasil deixou sua esposa e filhos no país de origem, e agora desejam fazer a unificação familiar, direito previsto aos haitianos na legislação. Todavia, não há assistência e os encaminhamentos são feitos em São Paulo ou Brasília. Por isso, proponho que, urgentemente, seja instalado noRio Grande do Sul um subescritório consular do Haiti para atender à demanda dos imigrantes que vivem aqui.

Por último, foi e continua sendo muito bom poder ajudar os imigrantes haitianos no Brasil, e gostaria de agradecer a todas as pessoas e empresas que ajudam, formando assim uma grande rede de solidariedade e proporcionando dignidade ao povo haitiano.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Municípios de Serafina Corrêa, Nova Araçá e Nova Bassano - RS, realizam a tradicional Festa dos Navegantes


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
No domingo, dia 03 de fevereiro, os municípios de Serafina Corrêa, Nova Araçá e Nova Bassano realizam a tradicional Festa dos Navegantes, no Camping Carreiro.

A programação inicia às 9h30min, onde haverá recepção a caiaqueiros dos três municípios que se juntarão aos demais devotos de Nossa Senhora dos Navegantes. Às 10h, haverá procissão com a padroeira pelo Rio Carreiro, com início na Capela Nossa Senhora da Paz, Camping Carreiro, Serafina Corrêa. A missa campal concelebrada será realizada às 10h30min, na barranca do Rio Carreiro, Nova Bassano, com bênção das velas e da garganta.

O almoço festivo acontecerá às 12h, no Salão da Comunidade Navegantes, no Povoado Zanetti.

Para reserva de ingressos e de churrasco, entre em contato pelos telefones 3444 9564, 3444 9507, 3444 9596 e 3444 9557. 

Fonte: www.redesul.am.br

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


Nordestinos que moram em Florianópolis falam sobre sua paixão pela Capital


Pessoas de diversos estados brasileiros hoje vivem em Florianópolis. Cada uma deles vem em busca de um sonho. Os empresários José Ramirez Arruda, do Ceará e o baiano Marcello Ramalho falam sobre suas histórias...

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 Florianópolis atrai moradores de outros países

As belezas da capital catarinense são um chamariz para gente do mundo inteiro.

Moradores que vieram de outros países também fazem parte da variada população de Florianópolis. As belezas da capital catarinense atraem gente do mundo inteiro. Um americano, uma angolana e um argentino falam sobre os motivos que os trouxeram para a cidade.

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sábado, 12 de janeiro de 2013

IMIGRAÇÃO

Paranaense vive drama de quem se casa com estrangeiro por procuração

Publicado em 03/06/2012 | RODOLFO STANCKI
Governo australiano não reconhece matrimônio feito em cartório no Brasil e impede a londrinense Cristina Pinheiro de viver com seu marido na AustráliaMarcelo Andrade/ Gazeta do Povo / Cristina Pinheiro conheceu o marido que mora na Austrália pela internet. Os dois se casaram por procuração há dois anos, mas ela não consegue entrar no país
Obstáculos se impõem entre a londrinense Cristina Pi­­nheiro e o marido dela, um paranaense com dupla nacionalidade que vive na Austrália. Há um ano, ela tenta conseguir um visto para residir no país da Oceania, mas a resposta que recebe é sempre “não”. Ela tentou entrar até como turista, mas foi barrada pela imigração. A embaixada questiona a legitimidade do casamento.
Cristina conheceu o marido pela internet. Marcos Assenheiner nasceu no Pa­­ra­­ná, mas se mudou com a família para o território australiano quando tinha 2 anos. Depois de trocarem e-mails durante meses, o casal se encontrou pela primeira e única vez em 2009. Ele voltou para casa e o matrimônio foi oficializado no ano seguinte em um cartório de Curitiba, por meio de procuração.
Permanência
Além do casamento, existem outras maneiras de conseguir fixar residência em outros países. As mais comuns são:
• Família: pessoas cujos familiares têm cidadania em determinado país, podem aproveitar e também pedir cidadania. O processo pode levar algum tempo, mas é seguro.
• Estudo: quem deseja se aperfeiçoar em uma determinada área ou cursar alguma disciplina acadêmica pode pedir um visto de estudante, que é temporário.
• Trabalho: outra maneira de entrar em outro país é com um visto de trabalho, que geralmente requer ensino superior. A permanência para esta categoria também é temporária.
Vistos
Veja quais são as maneiras de conseguir viver (quase) como um cidadão em território internacional:
• Green Card: Visto de permanência concedido pelos Estados Unidos para imigrantes. O portador pode desfrutar dos mesmos direitos de um americano.
• Naturalização: Ato que torna o imigrante um cidadão comum, que renega sua antiga cidadania. É o direito concedido aos imigrantes que desejam permanecer no Brasil.
• Visto Permanente: Permanência obtida nas embaixadas de cada país. O portador não tem os mesmos direitos de um cidadão, pois não pode ocupar cargos públicos ou votar.
• Nacionalidade: Quem nasce ou tem ascendente em outro país, pode conquistar uma segunda nacionalidade. Assim, o indivíduo passa a ser um cidadão com trânsito livre no país.
Essa permanência é comum em descendentes de populações europeias que imigraram para o Brasil.
Recomendações
De acordo com o Departamento de Imigração e Cidadania do Governo Australiano, que fica em Ottawa, no Canadá, a autorização para residir no país está condicionada a duas exigências: que a pessoa tenha um relacionamento genuíno e que um dos cônjuges tenha condições financeiras de manter o outro, não importa se é homem ou mulher. O caso de Cristina esbarrou no primeiro tópico.
“A indicação que damos é que as pessoas tenham todos os documentos possíveis para comprovar seu casamento. Mesmo assim, é difícil que relações com menos de cinco anos sejam autorizadas”, informou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
Apesar da dificuldade, Cris­­­­­­tina espera ficar com o ma­­rido em breve. “Falo com ele­­ todos os dias por telefone. Ainda temos um pedido de visto em análise na embaixada. Vamos esperar”, diz.
Experiência
Curitibana auxilia noivas brasileiras a casar fora do país
A estudante Priscila Guimarães aproveitou a própria experiência para ajudar brasileiras que queriam tirar o visto para casar em outros países. Depois de enfrentar a burocracia dos Estados Unidos para conseguir seu visto de noiva, ela se dedicou a ajudar pessoas que se encontravam na mesma situação.
“Quem quer casar e morar fora do Brasil enfrenta um processo burocrático e caro. Mesmo assim, é uma situação bem tranquila de resolver”, disse ela por telefone à Gazeta do Povo. A paranaense conheceu o marido americano em Curitiba, durante seu primeiro ano de faculdade – quando estudava na Universidade Federal do Paraná.
Entre o início do namoro e o casamento foram mais de dois anos. “Ainda tivemos um problema inicial, pois contratamos um advogado americano que demorou para entrar com o pedido de visto, pediu documentos errados e só nos custou dinheiro”, diz.
Depois da experiência negativa com o advogado, Priscila encarou sozinha a situação. Foi atrás da embaixada, organizou documentos e conseguiu o visto de noiva, com duração de três meses. Casou logo no primeiro mês. Hoje, ela vive com o marido na Carolina do Norte.
Auxílio
Quando percebeu que conseguir o visto não era difícil, a paranaense resolveu ajudar outras pessoas que enfrentavam o mesmo tipo de problema. “Entrei em vários fóruns de discussão na internet para contar minha história. Queria mostrar que não era difícil. Dei muitos conselhos”, revela
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013


Artesanato muda a vida de pescadoras no Rio Grande do Sul

Foto: BT Produções/ Divulgação JA
Artesanato muda a vida de pescadoras no Rio Grande do Sul
Grupo da ilha da Pintada pretende divulgar o trabalho artesanal com escamas de peixe na Copa do Mundo de 2014
    Resgatar a cultura dos Açores e incentivar o turismo é o que o grupo de mulheres pescadoras da Ilha da Pintada, em Porto Alegre/RS, vem fazendo nos últimos catorze anos. A ilha é composta por descendentes de imigrantes do arquipélago português e de antigos escravos africanos, que trouxeram suas referências culturais.
    As vinte e duas mulheres que fazem parte da Art'escama buscam fazer renascer a cultura que estava desaparecida por meio do trabalho artesanal, principalmente com a escama de peixe. Com a matéria prima, elas desenvolvem um artesanato variado que vai desde a fabricação de biojoias como pulseiras, colares, brincos e flores, passando por itens de vestuário como echarpes, bolsas e vestidos bordados, e até produtos utilitários como bandejas, luminárias e porta guardanapos, que surpreendem pela beleza e suavidade. O artesanato já foi exposto e comercializado em feiras e exposições de alguns estados do país – Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina -, e também no exterior.
    O projeto “O artesanato na Rota do Turismo” recebeu investimento social de mais de R$ 170 mil. O Art'escama tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida do grupo de moradores da ilha, ampliando as possibilidades de trabalho e renda, com capacitação e organização para que seja autossustentável, com foco no turismo e na proteção ambiental. De acordo com consultora e agente de desenvolvimento sustentável do projeto, Teresinha Carvalho da Silva, o recurso que recebeu da Fundação BB contribui para realizar o grande sonho de todas: ter um espaço para trabalhar e comercializar. Ela traça planos para o futuro e não quer deixar passar a oportunidade de apresentar o trabalho e a cultura do grupo na Copa do Mundo de 2014. “Porto Alegre será um das cidades sede da Copa. Queremos contar a história da Ilha da Pintada por meio do nosso artesanato e fazer parte do evento”, conclui.

    Fonte: http://www.jornalagora.com.br

    Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2013 traz reflexão sobre crescente mobilidade populacional

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    Que as sociedades em todo mundo assegurem o respeito, as liberdades fundamentais, direitos humanos e condições dignas de vida a todos os migrantes e refugiados, essa é a finalidade do o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado dia 13 de janeiro. O papa Bento XVI publicou uma mensagem por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2013, cujo tema será “migrações: peregrinação de fé e de esperança”.
    Na mensagem, o Sumo Pontífice se inspira na Gaudium et Spes, pois o Concílio Vaticano II marca um momento decisivo para a pastoral dos migrantes e dos itinerantes. O Concílio destaca a dimensão de uma Igreja que caminha com os homens. Por isso, a necessidade urgente de fazer-se próximo de cada homem, entre eles, o trabalhador estrangeiro injustamente desprezado ou exilado.
    No texto, Bento XVI afirma que “os fluxos migratórios são um fenômeno impressionante pela quantidade de pessoas envolvidas, pelas problemáticas sociais, econômicas, políticas, culturais e religiosas que levanta, pelos desafios dramáticos que coloca à comunidade nacional e internacional”.
    Ainda na mensagem, é citado que a Igreja, pela “própria missão que lhe foi confiada por Cristo”, é chamada a prestar particular atenção e solicitude, de modo a acolher, favor, e acompanhar “a inserção integral dos migrantes, requerentes de asilo e refugiados no novo contexto sociocultural, sem descuidar a dimensão religiosa, essencial para a vida de cada pessoa.”.
    O bispo de Caxias do Sul (RS), dom Alessandro Ruffinoni, que recentemente foi nomeado por Bento XVI membro do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes falou sobre a beleza da mensagem do santo padre. “A mensagem do Papa é muito bonita, começando pelo título ‘Migrações: peregrinação de fé e de esperança’. De fato, as migrações são um fenômeno que exige muita fé por parte do migrante. Acreditar que é possível mudar a sua vida, é possível melhorar, com a esperança de um futuro melhor para ele e sua família. E também uma esperança de que o país escolhido seja um país que acolhe, porque este é o grande desafio do migrante: ser acolhido, ter um espaço, ter confiança nele. Antes de tudo, se trata de uma pessoa e como pessoa merece esta confiança, este respeito e esta acolhida”, comentou o bispo.
    Sobre o tema do dia escolhido por Bento XVI, “migrações: peregrinação de fé e de esperança”, o Presidente da Fundação Migrantes, na Itália, monsenhor Paolo Schiavon, afirma que a ideia de peregrinação pode aliviar o sofrimento que o migrante possui. "É claro que quem migra tem a esperança de melhorar a própria vida. Na verdade, os 215 milhões de migrantes no mundo partem porque querem buscar uma condição de vida melhor para si e suas famílias, mas ao mesmo tempo, nesta viagem, a sua situação muda de acordo com as pessoas que encontram”, disse em entrevista à Rádio Vaticano.
    O monsenhor recordou que muitas vezes nesta viagem imbuída de esperança, encontram-se desespero, morte e violência. “Pensemos nos dois mil mortos no Mediterrâneo, que teve lugar no ano passado. É necessário unir esse tema da esperança ao tema de uma fé que se torna promoção dos direitos humanos, lutando contra aquelas formas que muitas vezes nascem no mundo da migração, como violência e abuso", relembrou.
    A fixação do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado ocorreu em 2004, embora a data já fosse celebrada há mais de 90 anos. No entanto, cada país celebrava o dia em datas distintas. Após a comunicação em 14 de outubro de 2004, do então Secretário de Estado Cardeal Angelo Sodano, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado passou a ser celebrado no segundo domingo depois da Epifania, celebrada dia 6 de janeiro. Com isso, toda a Igreja Católica, em todo o mundo, passou celebrar na mesma data. A instituição do dia fez com que houvesse o reconhecimento e maior atenção para o aumento dos migrantes e da crescente mobilidade populacional entre regiões, países e continentes.
    Fonte; http://www.cnbb.org.br